Somente a incrível obstinação dos nossos pioneiros diretores e do quadro social garantia a permanência da entidade.
Das reuniões na sede emprestada da Praça Tiradentes estão as atas que registram os tempos heroicos que haveriam de anteceder a outros tempos tão ou mais heroicos.
Além das atribulações e obstáculos no cumprimento de seus deveres de representação profissional, havia aguda carência de recursos financeiros, um mínimo de condições materiais que assegurassem o funcionamento regular da entidade.
Não se podia contar com qualquer contribuição compulsória, dispondo-se apenas da volátil e reduzida receita advinda das mensalidades do quadro social.
Ao lado das ameaças de despejo dos modestos locais que serviam como sede, havia a impossibilidade da contratação de funcionários.
Assim mesmo, os pioneiros cotizavam-se tirando alguns trocados dos seus pequenos salários e os juntavam à minguada receita social.
Tempos de angústia, em que adquirir uma máquina de escrever, usada, era um ato ousado que comprometia o sono dos diretores…
Mas, milagres aconteciam para que, em meio a tanta pobreza franciscana, alguns mil-réis fossem destinados ao urgente socorro financeiro a sócios lançados ao infortúnio do desemprego ou da doença.
A solidariedade humana dos nossos antecessores também se refletia no auxílio funeral em favor de algum sócio, cuja família desorientada batia às portas do Sindicato solicitando ajuda para o sepultamento do seu chefe.