10/01/2023
Em algumas cidades, aumento chegou a quase 18%
O preço da cesta básica aumentou no ano de 2022 em todas as 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos
Em dezembro do ano passado, o conjunto de alimentos básicos mais caro foi observado em São Paulo (R$ 791,29)
O preço da cesta básica aumentou no ano de 2022 em todas as 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As maiores altas anuais ocorreram nas cidades de Goiânia (17,98%), Brasília (17,25%), Campo Grande (16,03%) e Belo Horizonte (15,06%). Já as menores variações foram registradas em Recife (6,15%) e Aracaju (8,99%).
Em dezembro do ano passado, o conjunto de alimentos básicos mais caro foi observado em São Paulo (R$ 791,29), seguido de Florianópolis (R$ 769,19) e Porto Alegre (R$ 765,63). No Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das outras capitais, Aracaju (R$ 521,05), João Pessoa (R$ 561,84) e Recife (R$ 565,09) tiveram os menores preços.
Em 2022, oito produtos da cesta básica ficaram mais caros em todas as capitais brasileiras analisadas: leite integral, pão francês, café em pó, banana, manteiga, farinha de trigo e batata (pesquisadas nas regiões Centro-Sul) e farinha de mandioca (pesquisada no Norte e Nordeste). O óleo de soja subiu em 16 cidades, enquanto o arroz viu seu preço crescer em 15.
Segundo o DIEESE, foram várias as motivações para o encarecimento dos produtos alimentícios. Entre elas, é possível citar a ausência de políticas – como estoques reguladores, subsídios aos preços dos alimentos ou investimento em agricultura familiar –, o conflito externo entre Rússia e Ucrânia, o clima seco e a manutenção da taxa de câmbio em alto patamar, o que acabou estimulando a exportação.
O DIEESE também estima o salário mínimo necessário para suprir todas as necessidades do trabalhador previstas na Constituição, como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Com o aumento do custo da cesta básica em 2022, o salário mínimo em dezembro para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.647,63 (5,48 vezes o valor mínimo real de R$ 1.212,00). No mesmo período de 2021, a quantia correspondia a R$ 5.800,98 (5,27 vezes o piso em vigor de R$ 1.100,00).
Os preços de frutas, verduras e legumes seguem aumentando nos supermercados. Foto: Envato Elements
Fonte: Estadão